Empreendendo com Automação Residencial? Vale a pena o Home Assistant?

Exatamente, eu apóio totalmente, mas manter um “fork”, é algo que precisa de MUITA experiência/investimento…

@Augusto
Concordo, manter um “fork” realmente exige muito, tempo e esforço.
Mas só o fato de reportar Bugs é uma baita contribuição, os desenvolvedores não tem todos os cenários imagináveis para testes e tudo que reportamos nesse sentido contribui muito para o projeto.

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Boa Tarde Galera,

Navegando de primeira viagem aqui pelo fórum encontrei esta thread e acredito que eu tenha um produto que atenda as dores levantadas aqui sem perder os valores principais do Home Assistant.

Antes disso, queria contar um pouco da minha história.

Sou formado em Eng. Informática e de Computadores pela Universidade Técnica de Lisboa e tenho um Mestrado em Sistemas Distribuídos e Eng. de Software.

Já trabalhei em diversas áreas de TI, com Startups desde 2010 e alguns anos numa Fintech.
Em 2015 iniciei estudos para tentar trazer um pouco da minha experiência para o ramo da construção civil e comecei a desenvolver alguns protótipos de equipamentos para atender projetos com foco direto nas construtoras.

Em 2017 consegui uma parceria com uma construtora aqui em João Pessoa/PB, e desenvolvi um hardware de produção nacional junto com uma plataforma distribuída desenvolvida do zero rodando em Raspberry Pi Zero Ws em conjunto com alguns serviços Serverless na AWS.

Sofri de todos os problemas evidenciados por alguns aqui nesta thread, até ao ponto de se tornar insustentável. Conforme a quantidade de clientes aumentou (cerca de 60+ clientes ativos) o meu telefone não parava de tocar, acabei ficando sem tempo para focar no produto e meu foco total passou a ser a operação e manutenção dos clientes que tínhamos.

No final de 2019, decidi dar um passo para trás e precisei voltar para o mercado de trabalho pois estava começando a acumular algumas dívidas. Desde então trabalho para uma empresa na Itália/EUA e nas horas vagas trabalhei para resolver muitos dos problemas de instabilidade que a gente sofria e continuar dando o mínimo de manutenção para os clientes que já tinha.

Durante essas visitas com os clientes, tenho visto um grande interesse em assistentes de voz, Alexa e Google Assistant, e de ampla integração entre vários fabricantes. Alguns compraram devices Sonoff mas não sabem o que fazer com aquilo. Outros uma Alexa, mas não conseguem integrar tudo. Muitas vezes os eletricistas que passam pelos clientes acabam gerando mais problemas do que resolvem e no final o cliente fica um pouco desamparado.

Entre muitos experimentos, erros e acertos, hoje trago comigo muito conhecimento nesta área de maker residencial e de vários erros cometidos ao tentar trazer isso para um propósito comercial.

Nesta jornada aprendi algumas coisas e agora com 5 anos de maturidade estou tentado trazer isso para um projeto a nível Nacional, o UNIO Smart Home, resolvendo (ou tentando resolver) muitas dessas dores do ponto de vista dos técnicos de automação, e fortalecendo a comunidade open source em torno destes projetos:

Alguns dos ensinamentos que aprendi durante esses 5 anos:

  1. Hoje ainda não é possível vender automação comercialmente sem vender algum suporte junto. O cliente quer algo pronto e que funcione em qualquer situação. Se ele precisar trocar de provedor de internet, customizar o seu projeto, adicionar novos devices, ele precisa de alguém pra lhe apoiar. Por mais fabricantes que a gente tenha, cada um se configura de um jeito e só com muita experiência é possível ultrapassar essa barreira.

  2. Cada provedor de internet tem uma dor de cabeça diferente. Alguns o IP é estático mas é privado, alguns é público mas é dinâmico, outros tem as portas bloqueadas, roteadores bloqueados, firmwares bugados. Para cada 2h que passei nos clientes, 1h foi configurando roteadores e redes.

  3. Mão de obra qualificada nesta área é muito escassa (ou indisponível). Você pode colocar as facilidades que for no produto, mas no final de tudo estamos falando de um mini servidor linux gerenciando dezenas de outros devices embarcados e isso custa caro e demanda conhecimento avançado.

  4. Apesar da comunidade maker valorizar muito alguns pontos, o cliente comum procura outras coisas. Segurança, Acesso Local e menos dependência da nuvem são muito importantes, mas no final das contas o cliente quer apertar um botão e fazer a magia acontecer. Tem aqui uma oportunidade muito grande de prover serviços em cima dessa demanda. Quantos Milhões de técnicos de celular temos no Brasil? Quem serão os técnicos das casas conectadas no futuro?

Pensando nestes pontos, venho trabalhando nos últimos 6 meses num fork do Home Assistant suportado comercialmente e empacotando ele numa versão refeita da nossa plataforma, UNIO Smart Home 2.0, que inclui:

  • Home Assistant versão estável e homologada pela nossa equipe.
  • Broker MQTT (mosquitto)
  • Zigbee2MQTT
  • ESPHome
  • UNIO Server: Nosso app responsável por comunicar com todos os equipamentos físicos que fabricamos e traduzir isso para o Home Assistant através do protocolo MQTT.

Tudo isto rodando numa central fabricada nacionalmente, com suporte para módulos cabeados (de extremo baixo custo) e módulos Wifi, Bluetooth, Zigbee ou RF433 de qualquer fabricante.

Tanto a central UNIO Assistant como os módulos para instalações cabeadas, fabricamos nacionalmente e no novo modelo de negócio pretendemos oferecer tudo a preço de custo (já explico o nosso modelo de negócio).

A central UNIO Assistant prevemos começar a comercializar por 300,00 (estamos tentando baixar ainda mais) + Raspberry Pi Zero W (160,00) + Cartão Micro SD 16GB Classe 10 (40,00).

Nada impede de você colocar um Pi 3 ou 4, no entanto nosso foco é de tentar manter o mais barato possível, por isso aqui no Brasil só se torna viável com o Pi Zero W para chegarmos no máximo de pessoas. Como o Pi Zero W não é suportado oficialmente pelo Hass OS (tentamos rodar, mas levantar toda a orquestração dos addons docker demora mais de 15min), oferecemos uma versão mais enxuta do projeto que não inclui os Addons que rodam no docker mas contém muitas das integrações oficiais e estamos trabalhando para tornar o mais abrangente possível dentro das limitações do Pi Zero W.

Como muito bem levantaram ali em cima, é um pouco falta de ética pegar um projeto open source, empacotar ele comercialmente e lucrar em cima disso. No entanto, estamos tentando atingir um equilíbrio entre o mundo corporativo e o mundo open source, ambos se fortalecendo entre si.

Para começar, quando o projeto se tornar sustentável pretendo direcionar parte da renda para tornarmo-nos sponsors dos projetos open source dos quais dependemos, majoritariamente o Home Assistant.

Além disso não estamos só empacotando o Home Assistant e ganhando dinheiro com isso. Estamos empacotando 5 anos de conhecimento, muito investimento tanto de grana como de tempo investido em pesquisa, vários projetos privados e open source, tudo dentro de um equipamento vendido a PREÇO DE CUSTO. Quem sabe até tornarmos tudo open source no futuro.

Como bem levantaram um pouco mais acima na thread, uma instalação com o Home Assistant ainda demanda muitas horas de instalação e configuração e bastante conhecimento técnico. Mesmo não usando o Home Assistant nos nossos clientes, sabemos muito bem que a entrega final para o cliente é muito mais dispendiosa que os equipamentos IoT que são vendidos atualmente. Nossa missão 2.0 é diminuir esse gap, diminuir a curva de aprendizagem e esforço necessário com configuração e customização. Oferecendo tudo isso de volta para a comunidade a preço de custo.

Mas Filipe, se é tudo vendido a preço de custo como vocês ganham dinheiro e se tornam sustentáveis no futuro?

Por causa de todos os problemas que todos nós já sofremos com provedores de internet, roteadores bloqueados, configurações complexas, alguns provedores até cobram de 20,00 a 100,00 por mês para ter acesso público, uma cloud como a Nabu Casa torna-se necessária pois ela funciona como uma VPN, onde o Home Assistant mantém uma conexão persistente com a nuvem e os pacotes são simplesmente roteados ainda criptografados da nuvem de volta para o Home Assistant. Ou seja, a dependência da nuvem é mínima e a confidencialidade dos dados mantida, pois todos os pacotes, até mesmo os comandos Alexa por exemplo, são processados localmente no Home Assistant. A conexão externa entre a nossa nuvem e o Home Assistant se dá no nível do Handshake TLS, portanto os pacotes são roteados ainda criptografados. Além disso, como a conexão é persistente e iniciada pelo Home Assistant, não é necessário abrir portas ou configuar qualquer outra coisa no roteador do cliente.

Devido à alta do dólar no Brasil, atrelar uma mensalidade de 5 USD torna o modelo de negócio insustentável e ficamos presos a uma infraestrutura da qual não temos controle.
Pensando nisso desenvolvemos a nossa própria nuvem rodando na AWS, seguindo os mesmos princípios de segurança e confidencialidade do Nabu Casa, e que irá custar 29,90/mês. A nuvem está pronta e em testes, mas as integrações Alexa e Google Assistant ainda estão em desenvolvimento.

Estamos iniciando as primeiras migrações e testes de alguns clientes nossos e assim que atingirmos uma certa estabilidade, pretendemos começar a liberar para o público em geral ainda durante o 1° trimestre de 2021.

Fico assim ao dispôr de todos para responder dúvidas, e como tentei explicar, nosso foco é trazer para a comunidade todo o conhecimento e experiência dos últimos 5 anos, fortalecendo ainda mais a comunidade open source Brasileira em torno do Home Assistant. Iremos agregar cada vez mais com contribuições ao código base, novas integrações, widgets e temas personalizados.

Numa segunda fase, pretendemos incluir na plataforma o último ponto levantado lá em cima. Quem serão os técnicos de automação residencial do futuro? Quem irá prover serviços de manutenção, instalação e apoio técnico a quem precisar quando a grande maioria das residências forem automatizadas? Pensando nisso, pretendemos oferecer cursos e certificações na área, bem como uma plataforma de marketplace de serviços, estilo Uber, mas para técnicos residenciais.

O que acham?

Um abraço,
Filipe Leandro
CTO & Founder @ UNIO Smart Home

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Caramba, tudo o que vocês fizeram eu coloquei no papel para botar em prática também, nunca comecei porque sou servidor público e não posso ter empresa em meu nome, apenas ser sócio.

Estou planejando começar algo parecido com um amigo meu que é arquiteto.

Minha experiência com automação residencial a um baixo custo vem desde 2005, foi o tema do meu TCC, os professores ficaram surpresos quando eu ligava e desligava um ventilador usando um celular (na época ainda não existia smartphones!)

Se eu tivesse seguido com meu projeto, hoje talvez estaria dominando o ramo!! Mas a estabilidade de um cargo público falou mais alto.

Minha ideia mesmo é vender o serviço de instalação, manutenção e supervisão do Home Assistant, além das automações, tbm vender segurança com monitoramento de alarmes críticos por uma central, igual faz a Verisure.

Tem como sim criar algo rentável com Home Assistant, as possibilidades são infinitas pois as necessidades de cada cliente são únicas!

Cabe a nós, começar a definir padrões para formar os futuros técnicos de casa inteligente.

Alguém aqui prestando consultoria para instalação/configuração de Home assistant? De preferencia em SP.

Belíssima iniciativa, porém vejo com desconfiança a ideia de fazer um fork. Utiliza uma versão estável de home assistant num RPI, ou em um NUC, com um skin por cima.
Não me leve a mal, mas não vejo muito mercado para uma versão simplificada de home assistant. Não conheço quem compraria este sistema, ainda mais vinculado à uma mensalidade, de uma empresa pequena iniciante, que se, por algum motivo, sair do mercado, perco todo o suporte e funcionalidade. Acho que você ganharia credibilidade ao usar o home assistant completamente. Foca seu esforço em criar um front end legal, personalizado, e no suporte. Entendo demais a mensalidade e eu pagaria. Não precisa ser nabu casa. Eu pago nabu casa por ser minha melhor forma de contribuir com o projeto no momento, mas não precisaria. Tenho um túnel de cloudflare rodando em paralelo que me permite acessar remotamente o sistema, com maior confiabilidade que nabu casa por sinal.
Enfim, estou “rambling” aqui. Em resumo, achei ANIMAL seu projeto, e espero que dê certo. Mas acho que a estratégia de usar um pi zero com um fork de HA não é legal.
Imagina o cenário de alguém que quer um sistema maior e mais sofisticado, mas não quer ir para control4 ou wow ou qualquer outra. A escolha obvia é o HA. Você vai ficar limitado no que consegue fazer. Tendo dito isso, te desejo ótimos negócios futuros. Vou acompanhar o progresso e torcer por ti.

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Uso HA desde comeco de 2022.
Comecei com raspberry 3, e era so dor de cabeça. Era 2 dias no ar e dps travava, tinha que fazer restore pq corrompia. Era uma desgraça. Resolvi comprar um NUC para testar, e depois disso, foi so alegria. Faço as minha atualizações recomendadas sempre , e nunca tive problemas.
O meu recorde de sistema no ar, sem precisar reiniciar o servidor foi de 4 meses!
As atualizações sempre rodaram certinho, sem dor de cabeça.
Claro, por se tratar de um sistema Open Source, sempre ira ter atualização, mas se instalar na casa de um cliente, deixar tudo rodando bem, não terá problemas.

Isso pois as integracoes que voce usa provavelmente não tiveram breaking change. Se pegar os release note vai ver que todo mes tem breaking change ou seja qualquer atualizacao tem potencial de gerar manutenção, e é por design não é bug.

Não é bem assim, primeiro pois acontece de vez em quando de ser encontrada uma vulnerabilidade no HA que precisa ser atualizada para garantir segurança, não se deve manter ela sem atualizar indefinidamente.
Mas supomos que ignoremos esse ponto e deixemos o sistema sem atualização na casa do cliente. Ai chega uma empresa e atualiza o firmware de um device OTA sem interação do usuario e quebra a integração com ha (a tp link ja fez isso por exemplo). Ou digamos que vem empresa como a tuya e decide refazer a api deles. Ou pior ainda uma empresa que depende de cloud desabilita seus servidores de um produto antigo ou de tudo pois faliu (que ja aconteceu inumeras vezes). Em outras palavras o home assistant por depender de integracoes com terceiros esta sujeito a quebra tanto por atualizacao quanto pela falta dela.

Eu como entusiasta nada me deixaria mais feliz do que ver uma empresa bem sucedida disponibilizando HA “para as massas” porem infelizmente no estado atual do software não consigo ver isso como viavel.

Eu trabalho com desenvolvimento de software, em 7 a 30 dias sem outros projetos da tranquilamente para empacotar junto com um backend meu o software o zigbee2mqtt e criar do zero um MVP funcional de um aplicativo customizado de automacao. Não teria compatibilidade com tudo que HA tem mas ja teria milhares de dispositivos.
Ja para solucionar os problemas para uso do HA de maneira eficiente não consigo me imaginar concluindo o projeto nem alguns meses.

Então não consigo ver como justificar essa escolha de um ponto de vista de business.

Usando um sistema ZigbeeMqtt em todos os dispositivos desse projeto para o cliente e colocando o HA offline mitigaria todos esses problemas não?

Mitigar sim, mas não vai ser mesma coisa que um sistema feito para ser estável.

Não atualizar o ha te deixa sujeito a vulnerabilidades, mesmo estando só off-line, um outro device conectado na rede pode achar sendo um vetor. (Claro que a probabilidade disso acontecer é baixa mas só analisando as possibilidades).

Um problema que creio ser bem mais provável é questão de compatibilidade, se um cliente quiser um device novo, pode ser necessário atualizar z2m. Para isso pode ser necessário atualizar há e aí voltamos em todos problemas mencionados nas mensagens anteriores. Se a instalação do ha não for haOS esse problema a princípio nao existe mas a chance de ter problemas técnicos, e portento necessidade de manutenção, é maior e eventualmente pode ser necessário atualizar OS por conta de dependências.

Gosto desse tipo de análise.

Concordo contigo em todos os pontos. Tem algumas saídas que uso em casa para testes e problemas que podemos ter.

Já atendi clientes de diversos níveis. Os mais ricos não querem nem saber o porque eles querem usar. Normalmente porque o arquiteto indicou. E sempre que há um upgrade nossa empresa que faz e tem custo, então não seria um problema.

Montamos um sistema Senario s um mês atrás, custo alto e como não foi possível cabear tudo utilizamos modulos Wifi. Simplesmente simple e com custo exorbitante. Criei um HA completo em casa para verificar a possibilidade de uso e até o momento deu tudo certo.

Sistema Zigbee com HA offline. Aqui em casa ja roda a uns 3 meses assim. Alguns dispositivos Tuya Wifi estão nesse mesmo modo.

A estrutura é a seguinte.

LINK VIVO
Tplink Omada Controler
Tplink Router EAP n lembro o modelo
Tplink 3x ER605 em Mash

A rede de casa roda separada
E uma VLAN só para os dispositivos inteligente. Totalmente inacessivel da internet e da rede interna.

Até o momento sem problema algum. Só ativei a internet para atualizar alguns modulos de teste.

Eu pessoalmente não vejo muito sentido.
Como você falou o cliente rico vai comprar qualquer coisas que falarem que é bom, ele não quer perder tempo com muitas explicações só quer que funcione. Para esse cara claramente HA não é melhor opção.

Para casos onde o sistema proprietário é muito caro, eu diria que na maioria dos casos um sistema cloud é melhor( diria que alexa para maioria das pessoas). Sim eu sou muito critico aqui geralmente com cloud mas é porque aqui estou me dirigindo a um público específico, atendendo um cliente é outra situação. A verdade é que apesar de cloud ter sim desvantagens claras os problemas só se tornam exacerbados pela escolha de produtos com design ruim.

Claro que usar uma lâmpada smart vai ser uma experiência horrível se an internet cair e você perder controle da lâmpada, mas isso é porque lâmpada smart só deveria ser usado em luminárias.
Agora se você usar reles/interruptor smart e 3 vezes no ano que an internet caiu o sensor de movimento não acionar lampada mas o interruptor funciona, não é um grande problema.

O cliente fica satisfeito porque ele não tem as piras com controle e privacidade que a gente tem, e você ganha dinheiro pelo menor tempo de instalação, configuração e manutenção.

Se por algum motivo um cliente especificamente quiser algo local, tem várias opções de fabricantes de diferentes custos que já tem hubs comerciais com algum nível de automação local, a Shelly permite scripting a nível de firmware, o sonoff lançou hub local pouco tempo atras e por aí vai

Para mim o HA pode ser para todos níveis de conhecimento mas a pessoa precisa querer levar ter uma smart home como hobby e dar uma certa manutenção constante pro sistema se não quando o problema eventualmente aparecer vai ser muito pior de resolver

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Prezados, sou tecnólogo em mecatrônica industrial pelo IF do meu estado e sou do ramo de automação (mais especificamente predial) a alguns bons anos. Conheço Home Assistant e uns firmwares pra esp 32 de ± de 2017 em diante e sempre tive vontade de empreender por esse lado.

Trabalhei, onde moro, em empresa integradora do ramo de automação e também no próprio cliente final quando a empresa faliu (de grande porte). Nesse meu tempo em integradora, trabalhávamos sempre em grandes clientes e com sistemas caríssimos e de “ponta” (ex.: o sistema de Supervisão e Controle Predial que usávamos era o SBO da schneider, onde tudo nele tem um preço altíssimo e licença paga pra tudo. Fora o demorado e péssimo suporte). E, sinceramente, para as necessidades prediais de onde trabalhei - gerenciando todos os sistemas de lá (um dos maiores edifícios corporativos da minha cidade, com selos internacionais) - sempre achei que um sistema open-source bem implementado resolveria tranquilamente as principais necessidades.

Na verdade, nesses 4 anos que passei nesse cliente final, cheguei a vários momentos ver um sistema bem caro não fazendo o mínimo (ex.: tive problema utilizando um dos subsistemas - K…X - para leitura de pulsos de hidrômetros. Após diversos testes e comparação com o outro subsistema que tinhamos, vi que era hardware/firmware chinfrin da fabricante mesmo). Ainda lembro que foi-se pago mais de 15 mil reais, em 2021, por uma gerenciadora de rede K…X que , quando navegávamos na interface, parecia a de um sisteminha xing ling. Fora o quão travados são para integrar com outros sistemas.

Hoje o cliente final, o qual já fui, quer facilidade e preço bom. Ninguém aguenta mais comprar sistema fechado e caro e que, se precisar de um upgrade é uma facada e se precisar integrar com outro: ou é muito caro; ou não dá certo e tem que trocar tudo = outra facada. Digo mais, não querem uma situação onde precisem ficar preso ao implementador do sistema, caso o mesmo saia do mercado ou não preste um bom serviço.

Quem tem grana realmente não quer se adentrar muito em detalhe de sistemas diferentes, se a diferença $$ for pouca. Mas quando colocamos o preço de se implementar um sistema open-source ao lado de softwares internacionais e caros do mercado, os clientes vão pensar 2 vezes sem sombra de dúvidas!

Estamos em 2024, automação simples (entradas e saídas discretas, sensores simples 4-20ma, 0-10v) não é pra ser cara! Mas tem muito fabricante grande faturando bem, vendendo tecnologia antiga a preço altíssimo só pela marca e por falta de opção no mercado.

Uma comunidade maker unida que empreendesse pra esse lado em suas respectivas cidades/estados, colocando o nome do HA e de firmwares robustos (como o fantástico tasmota por exemplo, que me resolveu nesse cliente final - em 2020 - um problema que custaria 12 mil reais, com um simples blaster de código infravermelho e um esp8266) poderia fazer uma pequena revolução nesse mercado.

Quem tiver idéias semelhantes e quiser conversar mais sobre, posta aqui, que posso até criar um grupo no WP! Acredito sim, que popularizando sistemas opensource, consegue-se um modelo de negócio bacana!

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Eu tenho a mesma visão, trabalho a 12 anos com segurança eletrônica, é questão de 4 anos venho estudando e aplicando automação em minha casa e em parentes, conheci o HA por acaso, quando eu estava procurando uma plataforma onde eu pudesse integrar vários dispositivos de varais marcas e protocolos diferentes em um só.

Comecei a usar o HA rodando em uma máquina virtual, hoje já estou com um servidor em nuvem só para ele, o que no meu uso ficou muito bom…

Hoje eu utilizo não só minha automação da minha casa toda, como uso minhas câmeras como sensores de alarme, o que é fantástico. Nesse raciocínio estou estudando mais para criar um aplicativo que se ligue ao servidor HA mas com a logo de minha empresa e com algumas melhorias, como na parte de login por exemplo, onde pretendo criar uma tela que o cliente coloca seu número de celular como usuário e a senha chega por SMS.

Gosto muito da plataforma, e além de me fornecer muita coisa open source, onde deixa um sistema de automação muito mais barato para meu cliente. Além de toda a estabilidade dessa plataforma, o poder que ela tem, as automações avançadas que ela é capaz de fazer junto com o nod red por exemplo… Isso abre um leque gigantesco no setor…

Sei que pode ser meio complicado para usuário final, pois se trata de uma plataforma que requer um nível de conhecimento bom para poder fazer as coisas acontecerem, mas a parte de uso de pessoas leigas, dependendo do jeito que é entregue a plataforma, ficam muito fácil!

O que ainda tenho dificuldade é questão de portas RTSP, que no Brasil algumas operadoras não permitem abertura de portas ou são IPv6, e isso me gera uma certa dificuldade, mas já estou em estudo para contornar essa situação

Eu gostaria de participar de um grupo de whatsapp para discutir essas ideias e poder contribuir de alguma maneira para levar a plataforma para parte mais comercial.

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